Em uma demonstração de que o afastamento do governo está em
andamento, a convenção do PMDB aprovou moção neste sábado que impede que
peemedebistas assumam novos cargos no governo nos próximos 30 dias,
quando o partido decidirá sobre o desembarque do governo.
Desta forma, o deputado Mauro Lopes (MG), cotado para assumir a
Secretaria de Aviação Civil, ficará impedido pelo partido de se tornar
ministro. Na quarta-feira, em reunião no Palácio do Planalto, o ministro
Jaques Wagner (Casa Civil) disse a Mauro Lopes que a presidente Dilma
Rousseff havia batido o martelo sobre sua nomeação para a pasta e que o
convite deveria ser formalizado no início da semana seguinte. O deputado
disse ao GLOBO que a moção “não tem nenhum valor” e que sua decisão
será tomada independentemente do que deseja o partido.
Antes da votação, o vice-presidente Michel Temer afirmou em seu
discurso que “não é hora de dividir os brasileiros”. Temer evitou fazer
ataques ao governo, mas comentou a crise política e econômica no país.
Durante a convenção, lideranças do PMDB criticaram o governo de Dilma e
reforçaram seu apoio ao afastamento do partido.
Na convenção, o vice-presidente Michel Temer foi reconduzido por
96,5% dos peemedebistas ao comando partidário. Os 3,5% contrários
discordaram da formação do diretório nacional, integrado por mais de 120
integrantes do partido. Ele está no comando partidário há 15 anos e
cumprirá mais dois anos, prorrogáveis por mais um.
Com a proibição do deputado Mauro Lopes (MG) de assumir a Secretaria
de Aviação Civil, moção aprovada pela manhã na convenção, os
peemedebistas não conseguiram ainda fechar a executiva nacional. Lopes é
secretário-geral e seria substituído por Eliseu Padilha. A cúpula do
partido ainda não encerrou a convenção e está reunida para decidir se
anunciará os integrantes do colegiado ainda neste sábado
A princípio, nenhuma moção seria votada na convenção, que estaria
focada apenas na eleição da nova Executiva do PMDB, com a recondução de
Temer ao posto. Porém, sob forte pressão dos antigovernistas na
convenção, a cúpula do partido pediu à área jurídica que analisasse se
seria possível votar ainda hoje algumas das moções apresentadas. O secretário-executivo do PMDB, Eliseu Padilha, informou ter recebido do
próprio Temer a informação de que há autorização para deliberar as
moções.
Há condições legais de ser apreciada a moção. Recebi do presidente
Temer agora a informação de que ele conversou com PMDB de Minas Gerais e
ele disse que não tinha nenhum óbice a que se apreciasse essa moção. O
presidente Temer autorizou que fosse submetida a votação – afirmou
Padilha.
O Globo
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