O ministro da Saúde, Marcelo Castro, assina nesta segunda-feira (22),
em São Paulo (SP), o contrato com o Instituto Butantan para
financiamento da terceira e última fase da pesquisa clínica para a
vacina da dengue. No total, o Ministério da Saúde investirá R$ 100
milhões nos próximos dois anos para o desenvolvimento do estudo. O
Instituto inicia nesta segunda-feira, no Hospital das Clínicas, a
vacinação de um grupo de voluntários para dengue.
Ao todo, a previsão é um investimento de R$ 300 milhões do governo
federal para os estudos do Butantan. Além dos recursos do Ministério da
Saúde, estão sendo analisados outros R$ 100 milhões do Ministério da
Ciência, Tecnologia e Inovação, por meio de um contrato da FINEP
(Financiadora de Estudos e Projetos), e R$ 100 milhões do Banco Nacional
do Desenvolvimento (BNDES).
“O investimento é um compromisso do governo federal com o
desenvolvimento de novas tecnologias contra Aedes aegypti e as doenças
transmitidas por esse mosquito. A pesquisa do Butantan é promissora
contra a dengue e pode nos auxiliar na busca soluções contra o vírus
Zika”, afirma o ministro da Saúde, Marcelo Castro.
O Butantan, principal produtor de imunobiológicos do país, é
vinculado ao Governo do Estado de São Paulo e já desenvolve estudos e
pesquisas nas áreas de Biologia e Biomedicina em parceria com
instituições estrangeiras. Uma delas é o National Institutes of Health
(NIH) – agência de saúde do governo norte-americano –, com o qual o
Instituto está em estágio avançado de desenvolvimento da vacina contra a
dengue.
No total, 17 mil voluntários de 13 cidades nas cinco regiões do
Brasil participarão dos estudos e serão vacinados durante um ano. Os
resultados da pesquisa dependem de como será a circulação do vírus, mas o
Butantan estima ter a vacina contra a dengue disponível em 2018.
A vacina do Butantan tem potencial para proteger contra os quatro
vírus da dengue com uma única dose e é produzida com os vírus vivos, mas
geneticamente atenuados, isto é, enfraquecidos. Com os vírus vivos, a
resposta imunológica tende a ser mais forte, mas como estão
enfraquecidos, eles não têm potencial para provocar a doença.
Nesta última etapa da pesquisa, os estudos visam comprovar a eficácia
da vacina. Do total de voluntários, 2/3 receberão a vacina e 1/3
receberá placebo, uma substância com as mesmas características da
vacina, mas sem os vírus, ou seja, sem efeito. Nem a equipe médica nem o
participante saberá se foi aplicada a vacina ou o placebo. O objetivo é
descobrir, mais à frente, a partir de exames coletados dos voluntários,
se quem tomou a vacina ficou protegido e quem tomou o placebo contraiu a
doença.
Os resultados da segunda fase da vacina já superaram as expectativas
em relação a eficácia e segurança, se mostrando superior a outras
vacinas já disponíveis ou em desenvolvimento. Para a imunização será
necessária apenas uma dose da vacina que pode ser aplicada em pessoas de
todas as idades, inclusive em crianças.
VACINA ZIKA –O Ministério da Saúde anunciou no dia
11 o primeiro acordo internacional para desenvolvimento de vacina contra
o vírus Zika. A pesquisa será realizada conjuntamente pelo governo
brasileiro e a Universidade do Texas Medical Branch dos Estados Unidos.
Para isso, serão disponibilizados pelo governo brasileiro US$ 1,9 milhão
nos próximos cinco anos.
De acordo com o cronograma de trabalho, a previsão é de
desenvolvimento do produto em dois anos. A parceria no Brasil para
desenvolvimento da vacina será com o Instituto Evandro Chagas (IEC),
órgão vinculado ao Ministério da Saúde. O IEC é o Laboratório de
Referência Nacional para Arbovirus e Centro Colaborador da OPAS/OMS para
Referência e Pesquisa em Arbovirus. Já a Universidade texana é Centro
Colaborador da OMS para Pesquisa em Vacinas, Avaliação e Treinamento de
Doenças Infecciosas Emergentes. A parceria poderá contar com o apoio da
OPAS.
O acordo prevê a instituição de um Comitê de Coordenação que irá se reunir, pelo menos, duas vezes ao ano para analisar o progresso e os resultados alcançados no âmbito da cooperação. Está prevista também a participação de outros organismos de saúde internacional, como a Organização Mundial de Saúde.
O acordo prevê a instituição de um Comitê de Coordenação que irá se reunir, pelo menos, duas vezes ao ano para analisar o progresso e os resultados alcançados no âmbito da cooperação. Está prevista também a participação de outros organismos de saúde internacional, como a Organização Mundial de Saúde.
O investimento em novas tecnologias é um dos eixos do Plano Nacional
de Enfrentamento ao Aedes e à Microcefalia que está sendo executado pelo
governo federal, além da parceria com os governos estaduais e
municipais.
O plano foi criado para conter novos casos de microcefalia
relacionados ao vírus Zika e oferecer suporte às gestantes e aos bebês.
Ele é resultado da criação do Grupo Estratégico Interministerial de
Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e Internacional. O
plano é dividido em três eixos de ação: Mobilização e Combate ao
Mosquito, Atendimento às Pessoas e Desenvolvimento Tecnológico, Educação
e Pesquisa.
Ministério da Saúde
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