Mesmo com moradores da comunidade Barra de Santana, no município de
Jucurutu, impedindo o avanço das obras desde o início desta semana, o
secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Rio Grande do Norte
(Semarh), Mairton França, espera poder contar com a água captada pela
barragem de Oiticica já a partir do segundo semestre de 2017.
Em entrevista para o programa Repórter 98, da Rádio 98 FM de Natal, o
titular da pasta revelou que as “obstruções” (como chama os protestos
de agricultores que reivindicam o pagamento de indenizações e impedem o
trabalho dos operários) não devem atrapalhar o cronograma e a ordem de
serviço deve mesmo ser assinada em 13 de junho de 2017.
“Compreendo a razão dos protestos, porque, veja bem, você observando o
avanço daquela obra e imaginando que a qualquer momento a sua casa pode
ficar com água até o teto… É realmente uma situação muito difícil”,
ressaltou.
Mairton França esclareceu ainda que, quando concluída, a barragem de
Oiticica deverá ser o segundo maior reservatório de água potiguar, com
capacidade de aproximadamente 592 milhões de m³. A reserva abastecerá 18
municípios da região seridó do Estado, que hoje sofrem com a falta de
água nas torneiras.
Até julho, quase um terço dos municípios do RN devem entrar em
colapso no abastecimento, sendo atendidos apenas por caminhões-pipa. De
acordo com o titular da Semarh, hoje são 21 cidades que se encontram
nessa situação. No entanto, em pouco menos de cinco meses, esse número
já deve subir para 48.
Um alívio no quadro, porém, foi o reabastecimento da barragem Armando
Ribeiro Gonçalves, maior reservatório do Estado, que aumentou o volume
de 475 milhões de m³ para 500 milhões m³. Isso adia, pelo menos por
enquanto, a previsão de que a reserva venha a entrar em colapso até
fevereiro do ano que vem.
Apesar disso, o secretário não esconde a crise hídrica. “Hoje, 42%
das barragens do RN estão no volume morto ou completamente secas”,
aponta.
Mairton destacou ainda a dessalinização da água do mar como outra
alternativa para o abastecimento para a população, mas ressaltou os
custos do projeto e sua complexidade como grandes obstáculos para a sua
implementação no Estado potiguar.
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